ATIVIDADE SOBRE O GÊNERO CRÔNICA - PROFESSORA: JURACI VENANCIO- LÍNGUA PORTUGUESA/LITERATURA- Alunos das 1ª séries do EM
Conceito e definição:
A crônica
é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem
em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor
interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações
tomadas pelas personagens.
Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.
Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.
O texto é curto e de linguagem simples, o que o torna ainda mais próximo de todo tipo de leitor e de praticamente todas as faixas etárias. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.
Como exposto acima, há vários motivos que levam os leitores a gostar das crônicas, mas e se você fosse escrever uma, o que seria necessário? Vejamos de forma esquematizada as características da crônica:
• Narração curta;
• Descreve fatos da vida cotidiana;
• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
• Possui personagens comuns;
• Segue um tempo cronológico determinado;
• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
• Linguagem simples.
Portanto, se você não gosta ou sente dificuldades de ler, a crônica é uma dica interessante, pois possui todos os requisitos necessários para tornar a leitura um hábito agradável!
Alguns cronistas (veteranos e mais recentes) são: Fernando Sabino, Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Ernesto Baggio, Lygia Fagundes Telles, Machado de Assis, Max Gehringer, Moacyr Scliar, Pedro Bial, Arnaldo Jabor, dentre outros.
A Crônica é um tipo de texto narrativo
curto, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais,
revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida
curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do
cotidiano.
Portanto, elas estão extremamente conectadas ao
contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo ela perde sua
“validade”, ou seja, fica fora do contexto.
No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual
bem difundido desde a publicação dos "Folhetins" em meados do
século XIX.
Alguns escritores brasileiros que se destacaram
como cronistas foram:
- Machado de Assis
- Carlos Drummond Andrade
- Rubem braga
- Luís Fernando Veríssimo
- Fernando Sabino
- Carlos Heitor Cony
- Caio Fernando Abreu
Segundo o professor e crítico literário Antônio
Cândido, em seu artigo “A vida ao rés-do-chão” (1980):
“A crônica não é um “gênero maior”. Não se
imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho
universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece
mesmo que a crônica é um gênero menor. “Graças a Deus”, seria o caso de dizer,
porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de
caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura
(...).
(...) Ora, a crônica está sempre ajudando a
estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de
oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes,
pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade
insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas
e também nas suas formas mais fantásticas, sobretudo porque quase sempre
utiliza o humor. Isto acontece porque não tem pretensões a durar, uma vez que é
filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi
feita originalmente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se
compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou
forrar o chão da cozinha.”
Nesse trecho tão esclarecedor podemos destacar
características fundamentais sobre a crônica, por exemplo, a aproximação com o
público, na medida em que contém uma linguagem mais direta e despretensiosa.
Ao mesmo tempo que é marcada notadamente pelo tempo,
ou seja, pela curta duração que possui esse tipo de texto.
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter
histórico (as crônicas históricas). Elas relatavam desde o século XV fatos
históricos (reais ou fictícios) ou acontecimentos cotidianos (sucessão
cronológica), algumas com toque de humor.
Mais tarde, esse tipo de texto despretensioso foi
se aproximando do público e conquistando os leitores mundo afora. Hoje, esse
fato é confirmado pela enorme difusão das crônicas, sobretudo nos meios de
comunicação.
Principais Caraterísticas
- Narrativa curta
- Linguagem simples e coloquial
- Poucos personagens, se houver
- Espaço reduzido
- Acontecimentos cotidianos
Tipos de Crônica
Embora seja um texto que faz parte do gênero
narrativo, (com enredo, foco narrativo, personagens, tempo e espaço) há
diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais.
Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica
dissertativa. Além delas, temos:
- Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
- Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
- Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística.
Exemplo de Crônica
Segue abaixo um exemplo de crônica do escritor
brasileiro “Machado de Assis”. Ela foi publicada em 22 de agosto de 1889, no
jornal “Gazeta de Notícias” no Rio de Janeiro.
“Bons dias!
Quem nunca invejou, não sabe o que é padecer. Eu
sou uma lástima. Não posso ver uma roupinha melhor em outra pessoa, que não
sinta o dente da inveja morder-me as entranhas. É uma comoção tão ruim, tão
triste, tão profunda, que dá vontade de matar. Não há remédio para esta doença.
Eu procuro distrair-me nas ocasiões; como não posso falar, entro a contar os
pingos de chuva, se chove, ou os basbaques que andam pela rua, se faz sol; mas
não passo de algumas dezenas. O pensamento não me deixa ir avante. A roupinha
melhor faz-me foscas, a cara do dono faz-me caretas...
Foi o que me aconteceu, depois da última vez que
estive aqui. Há dias, pegando numa folha da manhã, li uma lista de candidaturas
para deputados por Minas, com seus comentos e prognósticos. Chego a um dos
distritos, não me lembra qual, nem o nome da pessoa, e que hei de ler? Que o
candidato era apresentado pelos três partidos, liberal, conservador e
republicano.
A primeira coisa que senti, foi uma vertigem.
Depois, vi amarelo. Depois, não vi mais nada. As entranhas doíam-me, como se um
facão as rasgasse, a boca tinha um sabor de fel, e nunca mais pude encarar as
linhas da notícia. Rasguei afinal a folha, e perdi os dois vinténs; mas eu
estava pronto a perder dois milhões, contando que aquilo fosse comigo.
Upa! que caso único. Todos os partidos
armados uns contra os outros no resto do Império, naquele ponto uniam-se e
depositavam sobre a cabeça de um homem os seus princípios. Não faltará quem
ache tremenda a responsabilidade do eleito, — porque a eleição, em tais
circunstâncias, é certa; cá para mim é exatamente o contrário. Dêem-me dessas
responsabilidades, e verão se me saio delas sem demora, logo na discussão do
voto de graças.
— Trazido a esta Câmara (diria eu) nos
paveses de gregos e troianos, e não só dos gregos que amam o colérico Aquiles,
filho de Peleu, como dos que estão com Agamenon, chefe dos chefes, posso
exultar mais que nenhum outro, porque nenhum outro é, como eu, a unidade
nacional. Vós representais os vários membros do corpo; eu sou o corpo inteiro,
completo. Disforme, não; não monstro de Horácio, por quê? Vou dizê-lo.
E diria então que ser conservador era ser
essencialmente liberal, e que no uso da liberdade, no seu desenvolvimento, nas
suas mais amplas reformas, estava a melhor conservação. Vede uma floresta!
(exclamaria, levantando os braços). Que potente liberdade! e que ordem segura!
A natureza, liberal e pródiga na produção, é conservadora por excelência na
harmonia em que aquela vertigem de troncos, folhas e cipós, em que aquela
passarada estrídula, se unem para formar a floresta. Que exemplo às sociedades!
Que lição aos partidos!
O mais difícil parece que era a união dos
princípios monárquicos e dos princípios republicanos; puro engano. Eu diria:
1°, que jamais consentiria que nenhuma das duas formas de governo se
sacrificasse por mim; eu é que era por ambas; 2°, que considerava tão
necessária uma como outra, não dependendo tudo senão dos termos; assim podíamos
ter na monarquia a república coroada, enquanto que a república podia ser a liberdade
no trono, etc., etc.
Nem todos concordariam comigo; creio até que
ninguém, ou concordariam todos, mas cada um com uma parte. Sim, o acordo pleno
das opiniões só uma vez se deu abaixo do sol, há muitos anos, e foi na
assembléia provincial do Rio de Janeiro. Orava um deputado, cujo nome
absolutamente me esqueceu, como o de dois, um liberal, outro conservador, que
virgulavam o discurso com apartes, — os mesmos apartes.
A questão era simples. O orador, que era
novo, expunha as suas idéias políticas. Dizia que opinava por isso ou por
aquilo. Um dos apartistas acudia: é liberal. Redargüia o outro: é conservador.
Tinha o orador mais este e aquele propósito. É conservador, dizia o segundo; é
liberal, teimava o primeiro. Em tais condições, prosseguia o novato, é meu
intuito seguir este caminho. Redargüia o liberal: é liberal; e o conservador: é
conservador. Durou este divertimento três quartos de colunas do Jornal do
Comércio. Eu guardei um exemplar da folha para acudir às minhas melancolias,
mas perdi-o numa das mudanças de casa.
Oh! não mudeis de casa! Mudai de roupa, mudai
de fortuna, de amigos, de opinião, de criados, mudai de tudo, mas não mudeis de
casa!
Boas noites.”
ATIVIDADES
. Copiar definição e conceito;
. Copiar nomes dos cronistas;
.Ler o exemplo da crônica de Machado de Assis;
.Fazer uma pesquisa em www.google.com sobre biografia e bibliografia de Machado de Assis e entregar para nota valendo (1,0) um ponto;
.Pesquisar em www.google.com uma crônica para cada cronista mencionado acima. (2,0) dois pontos.
Parabéns querida colega e parceira Profª Juraci pela grande atividade proposta!!
ResponderExcluirObrigada você prof. Sérgio, por me incentivar e encorajar a cada dia!!!
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